Carlos Martins

Rui Costa em grande. Carlos Martins, é Português, é um talento por explorar, teve um rendimento exemplar na época transacta, e está mais do que adaptado a Lisboa. Sempre fui um admirador das capacidades de Carlos Martins, e sempre disse que se arriscava a passar ao lado de uma grande (gigante) carreira. Vejo nele potencial para ser dos melhores do mundo na sua posição, digo-o sem exageros por ter sido contratado pelo Benfica. Analisando a época transacta, Carlos Martins marcou 6 golos, e fez 6 assistências, um registo semelhante, e até superior, ao muito mais caro Rodríguez. Mas Carlos Martins fê-lo na Liga Espanhola, ao serviço duma equipa modesta. Devo dizer que é das contratações que mais me entusiasma no Benfica, desde sempre. Aprovado!

Espanha campeã Europeia

A Alemanha não teve na final, a estrelinha que teve com Portugal e contra a Turquia, e assim ganhou a Espanha. Foi um campeão justo, por ter sido a equipa que praticou um football mais consistente. O golo de Torres foi uma espectacular demonstração de talento e de qualidade do avançado. O onze do Europeu é: Casillas; Lahm, Pepe, Puyol, Zhirkov; Senna, Xavi, Deco; Podolski, Villa, Sweinsteiger.

Benfica campeão de futsal

O Benfica sagrou-se campeão de futsal. É a vitória dos galácticos do futsal do Benfica. É uma vitória justa, e esforçada, num grande jogo de futsal, mas que temos de classificar de normal, atendendo à superior qualidade de todos os jogadores que compõem a equipa de futsal do Benfica. Agora é conquistar a Europa!

Balboa

Balboa já é jogador do Benfica. Assim sendo está resolvido o problema que era a maior lacuna do plantel do Benfica, a posição de extremo direito. O Benfica consegue assim um jogador para o lado direito carenciado, com metade do investimento que seria preciso para manter Rodríguez. Não sendo um craque inequívoco, vi Balboa em alguns jogos. Pareceu-me ter características de típico jogador de linha, que faz da velocidade a sua maior arma. Pelos 4M€ parece-me uma excelente aposta. Contratação aprovada.

Que grande cebolada

Rodríguez trocou o Benfica pelo Porto. Do ponto de vista profissional, fez o médio uruguaio uma excelente opção.Tivesse ficado no Benfica seria, dizem, o mais bem pago do plantel, até acima dos ordenados que Simão e Miccoli auferiam na Luz, mas o Porto ofereceu supostamente consideravelmente mais que isso. É um passo em frente para a carteira do Uruguaio.

Já tenho dito que para se ser desportivamente grande, tem que se ter um orçamento grande, e apenas com um investimento ponderado mas forte, se conseguem cativar bons jogadores. No entanto por comparação a Simão, não tenho dúvidas que o Benfica terá feito um bom negócio em o deixar escapar para o Porto. Não vou recuar na minha opinião de que o médio Uruguaio é um excelente jogador, mas não é Simão Sabrosa, nem Fabrizio Miccoli. O Benfica pode agora canalizar estas verbas, para um bom extremo direito. Com Di María, Coentrão e provavelmente Jorge Ribeiro, a ala esquerda está muito bem entregue.

Se no patamar profissional, tem legitimidade o Porto de contratar um jogador desempregado, e tem legitimidade o jogador de se transferir para onde bem entender, do ponto de vista moral, o jogador mas principalmente o Presidente do Porto, deixam muito a desejar.

Começando pelo jogador, primeiro ofereceu-se ao Porto quando ainda estava em África a representar o Benfica. Depois quando a Champions teve em risco, disse que em Portugal apenas jogava no Benfica. E agora por fim com a Champions garantida voltou atrás na vontade que demonstrou aos responsáveis Benfiquistas, e assinou pelo Porto. Acho que o jogador, como profissional que é, deve sempre procurar o melhor para si, mas não tem necessidade por isso de hipotecar a sua palavra. Ficam já avisados os responsáveis do Porto, sobre como se comporta Rodríguez nestas situações. O Porto ganha assim, não um jogador à Porto, como Moutinho, mas um jogador “à Paulo Assunção” que dará sempre prioridade aos interesses monetários. Daqui a uns tempos terão outro utilizador da “Lei Webster”?

Por falar em palavra, lembro-me muito bem de uma entrevista de Pinto da Costa, onde disse categoricamente (ou pelos vistos sem categoria), que o jogador Uruguaio não iria ser jogador do Porto. Para mim, adepto do Benfica, é-me indiferente, ainda que sintomática, a falta de palavra do Presidente do Porto, mas mais uma vez os adeptos do Porto ficam inertes. Eu pergunto-me se Miguel Sousa Tavares vai a partir deste momento, atestar contra a idoneidade da palavra de Pinto da Costa, como fez com Carolina Salgado. E isto é válido para todos os adeptos do Porto. Ter palavra não é uma questão de oportunidade, mas de carácter. Aliás, não sei até que ponto em tribunal, não foi posta em causa a veracidade do testemunho de Carolina Salgado, ficando assim ao critério dos procuradores, de igual forma relativizarem a palavra de Pinto da Costa, quando supostamente se disser inocente.

Fomos de Cangalho

Fomos eliminados pela Alemanha num grande jogo de football. Eu diria que Portugal jogou melhor, e que foi um jogo resolvido nos pormenores, uma vez que no geral, Portugal atacou mais e melhor que a Alemanha. Para a história vão ficar obviamente os pormenores, mas a exibição colectiva foi de qualidade. O espectador desinteressado, que não fosse torcedor de nenhuma das duas equipas, provavelmente ficou muito agradado. Era uma equipa a marcar, e a outra a fazer tudo para ir atrás do prejuízo com bom football de ataque. Imagino que esses espectadores emocionalmente imparciais, estivessem todos a torcer por Portugal, por ter sido a equipa menos cínica e com mais alma. É o que pelo menos me acontece, quando vejo uma selecção com menos currículo a bater-se contra um colosso, de peito aberto e com espírito de conquista.

Não tenho tido tempo para comentar mais jogos, e não comentei a última jornada da fase de grupos de Europeu, devido a compromissos diversos, no entanto a principal conclusão que tirei do jogo com a Suiça, foi que a segunda linha de jogadores Portugueses, estava ainda muito distante da primeira. Para quem ainda tinha dúvidas, ficou-se a perceber porque Bosingwa, Petit, Deco, e Nuno Gomes eram titulares. Jogadores como Bruno Alves, Miguel, Veloso, e Meira, mostraram que não podiam ser mais que segundas linhas neste Europeu.

Portugal lançou-se para o jogo contra os Alemães com o melhor onze, e é assim que jogam as grandes equipas, sempre com os melhores, e sem compromissos que permitam encaixar no adversário, mas que alteram os fundamentos e princípios de jogo duma grande equipa. A verdade é que se tirássemos os três golos dos Alemães do resumo do jogo, a ideia que ficaria é que Portugal foi de longe a melhor equipa. Mas é assim o football, nem sempre o melhor ganha. Se num campeonato de regularidade, os tropeções são compensados, e geralmente a melhor equipa é a que vence, numa competição a eliminar com toda a emoção que tem, é muito fácil que uma equipa mais forte, possa ser eliminada prematuramente. Ninguém deve por isso ficar envergonhado do que Portugal fez, as bases estão lançadas para o futuro, e imagino que a geração de ouro não terá fim.

E o que dizer da exibição de Deco? Que portento de football. Provavelmente conquistou a transferência, para o clube que ele escolher. Pepe foi até agora o melhor central do Europeu.

Os treinadores de bancada, vão agora dissecar o jogo, e procurar razões para a derrota. Vão enumerar erros, e vão utilizar clichés. Parece-me que ainda não perceberam o jogo de football. É um jogo, e não uma ciência exacta. Por vezes não existe nenhuma explicação óbvia e singular para uma derrota (ou uma vitória), é apenas um resultado da imprevisibilidade do caos, e do indeterminismo. Já vi por aí elogios, à superior colocação do meio campo Germânico, quando o que vi, foram os Alemães a serem trucidados por Petit, Meireles, e sobretudo Deco no miolo.

Houve um erro individual de Paulo Ferreira no primeiro golo, ouve erros no segundo golo, na marcação a Klose e na saída de Ricardo, e ainda um empurrão que passou em claro ao árbitro no último golo da Alemanha. Tudo isto são erros que acontecem às dezenas nos jogos, e que muitas vezes passam sem serem analisados tão-somente, porque não resultam em golo. Paulo Ferreira podia ter-se deixado antecipar em inúmeras jogadas, e Ricardo podia ter saído mal em diversos cruzamentos, foram-no em jogadas de golo. É assim o football. A Alemanha é um justo vencedor, mas não mostrou ser melhor. Em equivalência aos lances de golo dos Alemães, Moutinho e Pepe tiveram duas ocasiões, onde os erros defensivos da equipa Germânica não deram golo por manifesta sorte. Não faz sentido por isso culpar Ricardo agora que Portugal foi eliminado. Ricardo sempre foi bastante hostilizado pela crítica, e respondeu sempre nas fases finais, com exibições positivas. Este Europeu menos positivo do guarda-redes vai agora servir para enaltecer o orgulho intelectual de muitos críticos de “bidé”. Se Ricardo tivesse feito um excelente Europeu, essas mesmas pessoas teriam a cruel esperança que numa outra fase final, Ricardo vacilasse e lhes desse algum orgulho intelectual. Não devia ser assim!

À posteriori será muito fácil criticar Scolari, depois do anúncio da ida para o Chelsea, da discussão da altura média, e dos erros individuais de Paulo Ferreira e Ricardo. Mas foi Scolari que nos colocou na rota de títulos, e principalmente, acabou com os regabofes que eram até aí as nossas selecções. Scolari acabou com os blocos internos, e aumentou de tal forma as expectativas, que achávamos todos que íamos ser campeões Europeus. Mesmo assim imagino que vão chover críticas destrutivas, ao trabalho de Scolari na selecção. Andavam todos esses pseudo entendidos à espera duma fase final abaixo das expectativas para poderem criticar Scolari pelos resultados. Até aqui tem criticado muito, e depois tem-se remetido ao silêncio, Scolari respondia sempre com resultados positivos inequívocos. Ainda assim alguns tiveram coragem de os relativizar. Aqui sou sincero, nunca vibrei especialmente com a selecção, mas talvez por isso, até tenho alguma imparcialidade e distância, para ter a cabeça fria, para poder avaliar o trabalho de Scolari. É com certezas que digo que foi o melhor seleccionador que vi a treinar Portugal. Só me compete dizer uma coisa:

- Obrigado Felipão!

Cowboyadas, Regabofs, e Salsifrés. Tudo isto só cá no burgo!

Independentemente do resultado dos recursos, para aqui e para ali, uma coisa já se pode concluir: a má imagem que o nosso football está a dar na UEFA. Apenas por manifesta falta de credibilidade na FPF, é que a UEFA preferiu remeter tudo novamente para a primeira instância, onde o Benfica e o Guimarães, iriam poder ser parte assistente neste processo, e apenas por descrédito no nosso football e justiça desportiva, a UEFA anulou a suspensão ao F.C.P, com medo que mais tarde tivesse de ressarcir o Porto de uma eventual pena, se de futuro o seu Presidente fosse ilibado.

Para mim, é óbvio que a UEFA não acredita na FPF e aos seus representantes, e tem medo que algo possa ser branqueado, se outras partes com interesses opostos não forem ouvidas. Na comunicação social, já podemos ver diversos excertos dos diálogos dos juízes com João Leal. Entre eles a pergunta sobre os regulamentos, se em Portugal a tentativa de corrupção não dá descida de divisão. Uma pergunta venenosa e claro indicio da desconfiança da UEFA em relação ao regabof que vai cá no burgo.

O Benfica faz a figura do “queixinhas”, porque a UEFA não confia no que a FPF tem para mostrar e dizer, ou neste caso, não mostrar e não dizer. Como é óbvio os interesses do Benfica, podem ser mais do que a simples credibilidade desportiva, ganhando assim acesso na secretaria a uma prova onde não demonstrou competências para participar em campo. É feio que o Benfica se tivesse tentado aproveitar desta situação e garantir assim acesso à Champions, numa das mais penosas épocas do seu historial? Claro que sim! Mas a UEFA passou um atestado de não credibilidade à FPF, e ao nosso football em geral, e preferia que alguém com interesses completamente opostos, apresentasse provas, que de outra forma perceberam que não seriam apresentadas.

Não ficava contente se o Benfica ganha-se acesso à Champions pela secretaria, mas pelo menos mostraria, que alguém, entre UEFA, CD e CJ, tinha punido o Porto, porque era inaceitável para alguém que se recebessem árbitros em casa, em véspera de jogo, ou que se pagasse fruta, café com leite e chocolatinhos a árbitros. Pelos vistos isto é tudo aceitável! Não me choca que o seja na FPF, logo à partida um órgão presidido por Gilberto Madaíl, deve ser tudo menos exemplo de competência, seriedade e transparência. Não me choca a UEFA, que perante as indecisões da FPF, não pode arriscar a penalizar o Porto, se à posteriori o clube for ilibado. No lugar da UEFA tinha feito o mesmo. Choca-me é a reacção dos adeptos do Porto. “Foi reposta a verdade”. Afinal de que verdade estão a falar? Da verdade do Porto ter sido a melhor equipa este ano? Ou da verdade que se recebem árbitros em casa em vésperas de jogo, e que se ofereceram prostitutas a árbitros? Estes factos pelos vistos em nada incomodam os adeptos do Porto. Já não é uma questão de inocência, é uma questão de tudo isto ser aceitável.

Eu pergunto-me se não há um só adepto do Porto, que repudie estes comportamentos. Esqueçamos as punições, os pontos, as descidas de divisão, as suspensões na UEFA. Nenhum adepto fica envergonhado pelos actos do Presidente de uma instituição que nos merece respeito, como é o caso do F.C. Porto?

A corrupção é para todos os efeitos um fenómeno que associo às pessoas e não às instituições. Instituições que são maiores que os seus órgãos sociais. O Porto é mais que apenas e só Pinto da Costa. Onde está a verdadeira defesa ao Porto? Onde estão os adeptos do Porto que repudiam as acções do seu Presidente que apenas denegriram a imagem do F.C. Porto? Será que o Porto começa e acaba em Pinto da Costa?

Onde está o Miguel Sousa Tavares? A acusar o Benfica de ser “queixinhas”. Será que é isso que serve os superiores interesses do seu suposto clube? Até agora só vejo adeptos a servirem os interesses do seu Presidente, para o bem e para o mal.

Não que os factos provados tenham sido a única situação passível de crítica. Quem safou os dirigentes do Porto, pelo menos adiou a hecatombe que ainda é bem possível que aconteça, foram os órgãos da FPF, que decidiram fazer o trabalho que o gabinete jurídico do Porto não fez, e associar dois recursos num único. Só um conjunto muito particular de adeptos iludidos, e que já terão perdido todo e qualquer sentido de democracia no seu clube, acredita que a decisão de não recorrer do castigo imposto ao Futebol Clube do Porto, foi premeditada, tendo consciência dos requisitos de participação nas provas da UEFA. Nem Miguel Sousa Tavares acreditou nisso. O clube que tem sido sempre exemplo de organização em Portugal, teve de demonstrar a sua competência a nível jurídico, e apenas não falhou porque a FPF foi célere em dar uma abébia.

As comparações com o calciocaos ficam mesmo por aqui. Por Itália os órgão que visam o regulamento interno, deram uma resposta cabal para toda a Europa, de capacidade de auto-regulação. Por cá os órgãos (ir)responsáveis tentam escamotear, e branquear o que se passou, julgou, e decidiu. Já todos sabíamos que o nosso football estava poluído, agora ficou a UEFA a saber das cowboyadas que acontecem cá no Burgo. Em minha opinião, a única maneira disto ir ao sítio, depois desta demonstração de completo regabof, era a UEFA suspender todas as equipas portuguesas na UEFA, e a selecção também. A selecção nacional tem servido de escapatória e distracção devido à competência de Scolari. Quanto tirassem os passeios ao Presidente da FPF é que ele percebia que era com ele.

Estão a dormir os adeptos do Porto, e estão também a dormir as mais altas patentes do desporto nacional. Onde estão Laurentino Dias e Gilberto Madaíl? Quem senão eles deveriam ser os protectores do desporto e football nacional? É uma demissão de interesse! Mais uma vez tinha razão Dias da Cunha, o nosso football não se consegue auto-regular, e precisa de intervenção urgente.

2ª jornada de Europeu

Completou-se mais uma jornada de Europeu, e sem contar com a derrota da Alemanha, o Euro continuou a seguir o rumo que tinha começado na primeira jornada. Portugal, Holanda e Espanha mantêm-se como as mais fortes equipas de cada grupo, e a Croácia também já conseguiu os seis pontos.

A selecção das quinas mais uma vez fez um grande jogo, e ganhou por números inequívocos a uma excelente selecção com um historial de bons percursos em fases finais. Têm Portugal no entanto de continuar a entrar em campo como tem feito até aqui, porque a República Checa pode muito bem voltar a defrontar-nos na meia-final.

A Selecção joga tão bem colectivamente, que os melhores jogadores desta partida, até nem foram os mesmos do primeiro jogo. Para mim as grandes exibições neste jogo, foram Deco e Cristiano Ronaldo. Todos os outros mantiveram os elevados patamares de qualidade colectiva, mas estes dois internacionais sobressaíram. É positivo que Portugal, tenha sempre novos jogadores a evidenciarem-se, mostra que estão todos muito bem, e que a nossa selecção é nivelada por cima.

A Holanda continua a mostrar credenciais de alto nível, e atenção à Roménia, que longe de estar apurada, pode até no limite passar a fase de grupos, com uma derrota no último jogo. A Roménia impressiona-me pela qualidade com que os seus jogadores trocam a bola. Todos os seus jogadores, sejam defesas, médios ou avançados, tentam sempre por a bola no chão, e jogar um football apoiado. Visto não serem uma selecção de primeiro plano da Europa, cujos jogadores tenham os passes inflacionados, não me importava que o Benfica apostasse nalgum jogador de meio campo da Roménia. A Espanha continuou também as boas exibições. E a França continua a ser a maior decepção.

O onze da jornada é Cech; Grosso, Panucci, Rat, Goian; Chivu, Sneijder, Deco; Ronaldo, Robben, Ibrahimovic.

Scolari no Chelsea

Scolari será o treinador do Chelsea na próxima temporada. O anúncio foi feito logo após o segundo jogo de Portugal no Euro, que marcou também a passagem da selecção à fase seguinte. Que não se enganem os Portugueses, é acima de tudo o final de um ciclo de muito sucesso para a selecção nacional. Um ciclo de identificação da Selecção com o País, os emigrantes, as famílias, as mulheres, e muito mais. Por tudo isto sou um admirador dos resultados de Scolari, desportivos e anímicos, numa selecção que viveu muitas decepções e motivos de vergonha antes de Scolari vir dirigir a equipa.

Scolari terá até sido a bóia de salvação do Presidente da FPF. Dentro da sua incompetência, Gilberto Madaíl que dirige o mais importante órgão de football em Portugal, a FPF, terá tido esta escolha, cirúrgica e determinante, que lhe permitiu ficar agarrado ao poder, sem que o pareça querer exercer, por mais algum tempo.

Muito se tem falado do anúncio desta mudança de Scolari a meio do Euro. Esta notícia desagradou até muita gente em Portugal. A mim não me causa transtorno que o seleccionador nacional, que acaba contrato no final do Euro, procure resolver o seu futuro. É um profissional e tem todo o direito de procurar o melhor para a sua vida. Não concordo portanto com quem diz que Scolari devia ter esperado até ao final do Euro para decidir o seu futuro. Certamente nessa altura já não teria a possibilidade de treinar o Chelsea. E todos nós sabemos que apesar de muito bem pagos, os treinadores têm no football de elite uma desvantagem em relação aos jogadores, que é ser, até injustamente, o elo mais fraco das estruturas. Um treinador que tenha emprego hoje, pode muito provavelmente amanhã não ter.

Também não concordo com algumas perseguições às escolhas de Scolari. Um pouco por toda a blogosfera, querem associar as escolhas de Scolari, à sua nova equipa, o Chelsea. Já tenho lido muito disparate! Li que Bosingwa está em péssimas condições, e apenas é titular porque vai para o Chelsea. Que Deco apenas jogou e foi convocado porque vai rescindir com o Barcelona, para se juntar a Scolari na equipa Inglesa. E que Paulo Ferreira é titular, porque é... do Chelsea. No meio de tudo isto ainda acrescentam que Moutinho é titular porque é representado pelo mesmo “empresário” que colocou Scolari no Chelsea. Além desses o Petit não devia lá estar, nem o Nuno Gomes, nem...

Deve haver muito Português triste, ou com o seu orgulho intelectual ferido de morte (ou não infelizmente), por Portugal estar a jogar tão bem, incluindo todos os jogadores acima referidos... Todos!

Eu até aqui no blog escolhi “os meus 23”, que não são “os nossos 23”, os tais que realmente lá estão a jogar por nós, mas isso é perfeitamente normal. Scolari não é seleccionador para fazer a selecção com jogadores escolhidos por mim, nem pelos escolhidos “democraticamente” pelo público. OK, a não convocatório de Caneira foi realmente bizarra, muito mais que a de Maniche, que é perfeitamente aceitável. Mas é manifestamente muito pouco, para pormos o bom trabalho do seleccionador em causa, e assumirmos que a convocatório teve critérios extra selecção. Até porque, e não me canso de realçar, estamos a praticar um excelente football, que não seria possível, se não pudéssemos contar com alguns dos melhores intérpretes mundiais do football.

Por outro lado, imagino que esta decisão seja um retrocesso do ponto de vista desportivo para Scolari. Treinar um clube é muito mais exigente a nível de trabalho contínuo que uma selecção. Os capítulos do treino e planeamento da temporada, são muito mais importantes que a selecção dos atletas, e o trabalho no espírito de grupo de uma fase final. Não que duvide das capacidades de treinador de Scolari, mas na Primier League é outro ritmo. Além disso o Chelsea não será um clube ideal para qualquer treinador se estrear em Inglaterra. O fantasma de Mourinho ainda está bem presente, ainda não se explicou bem a sua saída, e Avam Grant depois duma época muito acima das minhas expectativas, onde foi vice-campeão Europeu, e lutou até ao fim pelo campeonato, também foi posto a andar. Já do ponto de vista monetário, tem saído muitos treinadores do Chelsea com os bolsos cheios. Quem sabe daqui a uns meses Scolari está novamente na sua casa em Cascais a curtir o bom tempo e o mar.

Ainda não vi foi ninguém comentar, a única coisa neste processo que me deixa arreliado. É o timing com que o Chelsea informou-nos a todos do seu novo treinador. E vou explicar porquê.

Não creio, por convicção própria, que o facto de Scolari abandonar a selecção após o Euro, seja um motivo de perturbação numa prova destas, em formato de torneio no final de época. Sabemos que para todos os efeitos, este tipo de competições, marcam muitas vezes os finais de ciclos, para treinadores, mas também jogadores. No entanto o anúncio foi feito, quando a Selecção, conseguiu o apuramento, e assim conseguiu conquistar os objectivos a que inicialmente se propunham, que era passar a fase de grupos.

Certamente que o Chelsea, com os seus adeptos a quererem saber quem será o treinador, estaria interessado e até pressionado a anunciar o mais breve possível quem seria o novo treinador. Basta lembrar que numa situação semelhante o Benfica, com Trapattoni, também teve de esperar até que a selecção Italiana fosse eliminada, para poder contratar e anunciar o treinador Italiano. Nessa época os adeptos do Benfica, já se queixavam pela demora na escolha do treinador.

Se por um lado o Chelsea queria anunciar o novo treinador o quanto antes, e por outro admitimos que o Seleccionador terá pedido para esperarem até que se atingissem os objectivos de Portugal, então é normal concluir que houve um compromisso, entre a necessidade do Chelsea anunciar o seu treinador o quanto antes, e a interferência de tal notícia nos trabalhos da selecção.

O que me preocupa aqui é o seguinte – admitindo que este anúncio poderia interferir nos trabalhos na selecção, e por isso se esperou pela passagem da fase de grupos, então também não se admite que interferirá nos objectivos que todos temos, que a selecção passe as fases seguintes, e que se possível seja campeã?

A partir deste raciocínio até podemos por em causa os motivos e critérios que o Seleccionador utilizou para estabelecer como objectivo a passagem da fase de grupos. Será que é porque é o objectivo mais bem escolhido para a nossa Selecção, ou apenas porque é o mais conveniente aos futuros patrões de Scolari? Para mim o grande problema de se ter sabido a meio do Euro, que Scolari vai treinar o Chelsea, não é não ter sido no final do Euro, mas não ter sido no início.

Camacho...

"O Moutinho não joga tão bem no flanco. No Sporting este papel é feito por [Miguel] Veloso"
(Camacho sobre a possibilidade do Barcelona contratar Moutinho)

Carlos Carvalhal disse recentemente num programa de televisão, que já conhecia todos os jogadores dos escalões principais da Grécia, onde vai treinar na próxima temporada. Diz que em algumas semanas conhecerá os jogadores das divisões mais baixas, e depois todos os jogadores das principais divisões dos campeonatos próximos. Camacho teve no Benfica meia dúzia de meses, e não conseguiu aprender nada, sobre os principais jogadores, da equipa rival que joga do outro lado da estrada. Eu ficava surpreendido era se o Camacho aconselha-se o Moutinho ao Barcelona. É mais provável que aconselhe o Romagnoli para jogar a Guarda-Redes.

Entrada de Conquistador

Portugal entrou no Euro da melhor maneira. E se dúvidas houvessem sobre as escolhas de Scolari, elas foram eliminadas (ou não) com uma exibição do melhor calibre a nível colectivo, e com muitas das polémicas escolhas a revelarem-se fundamentais.

Nuno Gomes, jogou e fez jogar, apenas por azar não conseguiu marcar pelo menos um golo, com duas bolas nos ferros, e o passe de morte para Pepe é do melhor que se pode ver no football mundial. Pepe, esse acabou com todas as discussões sobre a legitimidade da sua chamada à selecção Portuguesa, com um excelente golo, pleno de oportunidade, e a confirmação que forma com Ricardo Carvalho a melhor dupla de centrais da competição. Petit foi novamente fundamental no pressing e posicionamento.

Ainda que no caso de Petit e Nuno Gomes, alguns adeptos mais cépticos ainda tenham dúvidas, antecipo que farão um grande Europeu, principalmente Petit, que é o melhor médio defensivo Português, e que possa mostrar a todos que a má época época foi um acaso, e não mostra o seu real valor.

Mas o jogador da partida foi Moutinho. Pelas estatísticas que podemos ver durante o jogo, foi o jogador que mais correu em campo pela equipa das quinas, além disso driblou, passou, cortou, defendeu e atacou. A jogada do segundo golo, é mais um momento magnifico. Moutinho é um jogador impressionante.

Em relação aos outros jogos, o Europeu tem tido grupos muito monocromáticos. Quero com isto dizer, que emergiu uma, e uma só equipa por grupo, que tivesse demonstrado qualidade suficiente para ter legitimas aspirações de favoritismo, na conquista do Euro. Essas equipas foram Portugal, Alemanha, Holanda e Espanha. Uma competição, especialmente no formato de torneio com eliminatórias, é sempre uma incógnita em termos de classificações, e um jogo é ainda muito pouco para se fazerem juízos de valor sobre o rendimento das equipas na competição, ainda assim provavelmente serão estes os candidatos mais fortes.

O onze da jornada foi: Cech; Bronckhorst, Ricardo Carvalho, Pepe, Lahm; Engelaar, Moutinho, Sneijder; Podolski, Klose, Villa.

Dicionário Carlos Manuelês

Não sei quem mais teve o privilégio de assistir ao jogo Itália - Holanda, com comentários de Carlos Manuel, na SporTV... Depois do dicionário "Manuel Machadês", segue o dicionário "Carlos Manuelês". Até ver:

Van Pirça = Van Persie

Kate = Kuyt

Pilro = Pirlo

Mentalidades

Não posso deixar de pensar, à luz de recentes punições e a sua desculpabilização pelos adeptos, em relação aos dirigentes e às suas responsabilidades, que ainda muito de diferente existe entre a nossa competiçãozinha, e a Primier League:

“O internacional romeno Adrien Mutu foi hoje condenado pela FIFA em indemnizar o Chelsea, anterior clube, em cerca de 12 milhões de euros, isto porque apresentou um controlo antidoping positivo a cocaína.”

in A Bola

Se fosse por cá, era porque os dirigentes dos adversários directos, tinham alguém na comissão anti-doping em complot contra o Chelsea. Por lá, a exigência é completamente diferente, e o clube dispensou o jogador, e ainda moveu um pedido de indemnização.

Tem razão em estar indignados os adeptos do Porto, estão é indignados com as pessoas erradas.

Análise à nova Equipa Técnica

O Benfica quanto a mim deu um passo de gigante com a escolha de Rui Costa para director desportivo. Contratações de craques inequívocos ainda não há, mas a nível de equipa técnica parece-me que o Benfica se apetrechou muito bem. Uma equipa técnica é muito mais que apenas e só o treinador. Já aqui me pronunciei sobre Quique Flores, mas vou agora falar sobre a restante equipa técnica.

Começando pelo adjunto Fran Segura, que tem seguido sempre com Quique Flores, diz-se que é um participante activo nas sessões de trabalho, além de ser o responsável pelo visionamento de vídeos, e da elaboração de minuciosos relatórios colectivos e individuais sobre o adversário. Costuma assistir aos jogos da bancada, duma posição mais privilegiada para aferir o desenrolar táctico do jogo, donde está em contacto directo com Quique Flores. Não é de resto inédito no football, mas é pouco comum. É algo usado no football Americano, onde existe sempre um coordenador táctico a assistir à partida duma posição elevada. É que o visionamento de um jogo do banco, é muito redutor, em relação ao encaixe táctico das equipas, o que explica por vezes o autismo de alguns treinadores para ler e prever os acontecimentos em campo.

O Preparador Físico chama-se Pako Ayestaran, e é a mais sonante contratação do Benfica até agora. O currículo deste titulado técnico fala por si. Tem um mestrado em preparação física e desporto de alto rendimento, é considerado um dos melhores preparadores físicos em actividade, e já esteve em duas finais da Liga dos Campeões pelo Liverpool, um das quais ganha, e ainda 2 Ligas espanholas e 1 Taça Uefa ao serviço do Valência. Além do plano de preparação física Pako Ayestaran é também voz activa na gestão do plantel, e no capítulo táctico do treino.

O Treinador de Guarda-Redes chama-se Emílio Alvarez, e tem apenas 35 anos. Foi um guarda-redes com carreira modesta, formado no Real Madrid, mas é um inovador em métodos de treino. É apreciado pelos Guarda-Redes que treina, e tem uma enorme reputação em Espanha.

A minha única dúvida diz respeito à contratação de Diamantino Miranda. Não ponho em causa o seu valor, nem a sua competência, e sou sempre a favor do regresso dos “homens da casa”, mas ficou um bocado confuso para mim a coordenação deste novo elemento com as suas funções. Não vai este elemento tirar espaço a Chalana? Ainda não percebi muito bem as delimitações de funções entre Diamantino e Chalana, e espero que isto não seja um encostar do pequeno genial. Ainda assim Diamantino poderá ser uma excelente base de conhecimento para potenciais reforços na Liga Vitalis, incluindo o defesa central Javier Cohene, que alinha na sua ex-equipa, o Olhanense.

Treinador do Ano

O Treinador do Ano é para mim Jesualdo Ferreira. O Porto jogou um football em tudo superior aos seus rivais. A equipa campeã foi melhor em todos os momentos do jogo, e foi a que praticou o football com maior beleza e eficácia. E se pensarmos que o onze titular do Porto, transitou todo da época passada, apesar das saídas de Pepe e Anderson, percebemos que Jesualdo é um treinador de estabilidade e de equipa.

Menção honrosa para Paulo Bento, que sem os argumentos de que dispunham Porto e Benfica, conseguiu o apuramento directo para a Champions, conquistou a Taça de Portugal, e a Supertaça, não envergonhou ninguém na Champions, e ainda disputou uma outra final onde perdeu nas grandes penalidades. Sempre tenho dito, que Paulo Bento é a solução de grande parte dos problemas do Sporting.

Destaque para Cajuda, que mostra como se treina um clube grande... em Guimarães. Não foram poucas as vezes, que quando o resultado era adverso (até no Dragão), acabava o jogo com a carne toda no assador, ou seja com todos os avançados que tinha para lançar no jogo, em campo. Muitos treinadores dizem que jogam sempre para ganhar, Cajuda é dos poucos a ser coerente em campo com essa premissa. Cajuda tem-nos grades, e já merecia um grande.

E ainda Carlos Carvalhal, com um excelente trabalho no Setúbal, que se sabe ter poucos recursos, vencendo a Taça da Liga, e chegando às meias-finais da Taça de Portugal, isto sem contar com o excelente percurso na SuperLiga.

Onze do Ano

Escolhi o esquema táctico do Porto campeão (4-3-3), e parti de trás para a frente a escolher os melhores do ano naquela posição. Reservei ainda lugar para sete reservas, sem qualquer cuidado nas posições.

Guarda Redes: Quim

Defesas Centrais: Bruno Alves, Gerómel

Defesa Esquerdo: Léo

Defesa Direito: Bosingwa

Pivot Defensivo: Paulo Assunção

Interior Esquerdo: Lucho

Interior Direito: João Moutinho

Extremo Esquerdo: Rodríguez

Extremo Direito: Quaresma

Ponta de Lança: Lisandro

Reservas: Eduardo, Rui Costa, Weldon, Raúl Meireles, Claudio, Liedson, Polga.

Jogador do Ano

Ao contrário da generalidade da crítica, eu elegi João Moutinho. Porque considero que é mais difícil jogar bem à bola, como jogou Moutinho no Sporting, onde o colectivo realmente não ajudava. Mas Moutinho é grande por mérito próprio, é o capitão do Sporting (e devia também ser da selecção), é um jogador completo, a nível físico, técnico, e mental. Tem melhorado bastante a concretização e meia distância, e tem sido sempre um exemplo a nível de carácter. Só vejo é artistas na televisão, a falar que querem sair para aqui e para acolá, mostrando que lhes falta ainda atingirem maturidade profissional. Moutinho é grande até na sua humildade. O seu rendimento, em qualidade e quantidade mostra que para além de jogar bem, dedica-se de corpo e alma. Como dizia Simões: “deve treinar, comer, e descansar bem”. Até Pinto da Costa, lhe prestou um merecido elogio. Espero que a selecção consiga aproveitar a qualidade de Moutinho.

Quaresma: Moutinho foi o melhor do ano, mas Quaresma é quanto a mim o melhor jogador a jogar em Portugal. Continua a ser genial, até pelo seu rendimento inconstante, aparecendo em alta nos jogos grandes e complicados. O football é mais que tudo um espectáculo, e tem sorte os adeptos do Porto, de se poderem deslocar ao estádio para ver Quaresma. Pode ser que para o ano já não tenham o privilégio de se dar ao luxo de o assobiar.

Lisandro: Avançado do ano, e melhor marcador da Superliga. Já se sabia que Lisandro era um jogador de qualidade, mas esta época, mostrou que é um verdadeiro ponta de lança. Consegue jogar também nas extremas, com movimentos interiores, dando mais opções a Jesualdo Ferreira. É o primeiro a defender, e é um jogador à Porto, pela raça que demonstra.

Lucho: Imediatamente a seguir a Moutinho, seria a minha opção para jogador do ano. Este médio evidencia-se sobretudo pela capacidade de leitura. Pauta todo o ataque do Porto, e defende bem.

Rui Costa: Acabou a carreira em baixa, devido à falta de conquistas colectivas, mas a verdade é que a nível individual mostrou toda a qualidade. Não é surpresa para ninguém a performance que teve na sua carreira.

Equipa do Ano

Como não podia deixar de ser a equipa do ano foi o Porto. Foram campeões destacados e com margem suficiente para até deixarem pontos na secretaria. A nível interno não conseguiram ganhar nem a final da Taça de Portugal nem a Supertaça, e foram eliminados cedo da Taça da Liga, mas numa final todos os resultados são possíveis, e as competições a eliminar, premeiam menos vezes as equipas mais fortes, do que as competições de regularidade (como os campeonatos). A nível Europeu, o Porto foi também mais uma vez a equipa que mais e melhor se mostrou na Europa. Acabou o seu grupo da Champions em 1º lugar, e foi eliminada contra o Shalke num jogo onde foi manifestamente infeliz, e mostrou ser melhor que o adversário. Mas fundamentalmente o F.C. Porto foi aquela equipa que jogou mais e melhor à bola durante todo o ano, entre as equipas da Bwin Liga.

Outros destaques

Sporting: Sem ter os meios e a estabilidade do Porto, conseguiu a Taça de Portugal, a Supertaça, a final da Taça da Liga, e o acesso directo à Champions.

Guimarães: Veio directamente da Liga Vitalis, para a possibilidade de jogar a Champions.

Setúbal: Trabalho fantástico de uma das mais modestas equipas do campeonato, que conseguiu bater-se com muito menos, com os que tinham mais.

Árbitro do Ano

O árbitro do ano para mim, foi um Pedro Proença. Forma com Pedro Henriques a minha dupla de árbitros favorita, e aqueles pelos quais consigo nutrir alguma simpatia. Sabe-se que é Benfiquista, mas não foi por isso que o escolhi. Também o jornal A Bola considerou o árbitro Pedro Proença o árbitro mais regular da época:

Os Melhores do Ano

Vou aqui eleger aqueles que foram em minha opinião os melhores do ano da Bwin Liga. Vou eleger equipas, jogadores, treinadores, dirigentes, e árbitros.

Dirigente do Ano

Começo pelo menos interessante, mas acho que também merecem destaque os responsáveis máximos por um clube. Ainda que regra, geral o nosso dirigismo seja realmente o que de pior o nosso football tem. Também pela fraca qualidade do nosso dirigismo, em ano de apito dourado, de mais promessas falhadas, e das habituais fanfarronices, entendi que os critérios deviam ser, escolher aquele Presidente cujo clube tenha tido sucesso desportivo, mas que tenha primado pela discrição. Assim sendo os melhores dirigentes do ano, só poderiam ser em exequo Emílio Macedo da Silva e Carlos Costa, Presidentes do Vitória Sport Clube (Guimarães), e Vitória Futebol Clube (Setúbal) respectivamente.

Análise às aquisições: Ruben Amorim e Hassan Yebda

Ruben Amorim: Formado no Benfica, parece-me uma excelente aposta num jogador jovem, a custo zero. No Belenenses mostrou um rendimento, que lhe valeu rasgados elogios da crítica. Gosto da ideia da aposta em jogadores de qualidade do mercado interno, como é o caso, sendo jogador completamente adaptado à nossa competição, e até a Lisboa. É um interior e portanto vem para jogar numa posição importante do miolo, no esquema que o Benfica irá supostamente adoptar, do 4-3-3. Aprovadíssimo!

Hassan Yebda: Vem com credenciais da altura em que era jovem promessa. Foi formado numa das mais reputadas escolas de formação do mundo, o Auxerre, e foi internacional sub-17 pela selecção Francesa campeão do Mundo. Tem estado no modesto Le Mans, onde não era titular indiscutível, apesar de ter jogado na grande maioria dos jogos da Liga Francesa. É um jogador que faz das capacidades físicas o seu principal atributo, e joga no miolo, a médio-defensivo, médio-centro ou interior, mas também já foi utilizado a médio ofensivo, e até no flanco direito. Este jovem de 24 anos foi adquirido a custo zero e em final de contrato, pelo que não representa um investimento que me levasse a “vetar” a contratação. Ainda assim a sua qualidade é uma incógnita, e geralmente as contratações mais discretas do Benfica, nos últimos anos, raramente surpreendem pela positiva. Espero que com Rui Costa as aquisições sejam mais criteriosas. Dou o benefício da dúvida, e fica assim, para já, por aprovar.

PS: As duas primeiras aquisições confirmadas do Benfica, são neste momento para o miolo. Considerando que não está ainda confirmada mais nenhuma saída além de Rui Costa, e possivelmente Rodríguez, o Benfica tem assim com estas duas aquisições, sete soluções para os três lugares do miolo (considerando o anunciado 4-3-3), são elas: Petit, Bynia, Katsouranis, Maxi, Nuno Assis, Rúben Amorim, e Yebda. A abundância para o miolo, à partida leva-me a ficar satisfeito por se manter o “projecto 4-3-3”, porque fiquei algo desagradado com as notícias que correram os media, que Quique viria implementar um 4-4-2 clássico (meio campo em linha).

Análise ao Plantel: Avançados e Pontas de Lança

Cardozo: Não me enganei! Quem vem rotulado de craque, raramente engana. Desnecessários eram, os que vieram como “quer 1, paga e leve 2” de cada vez que o Benfica foi comprar um jogador de qualidade à Argentina. Mostrou que tem um pé esquerdo devastador, e ficou-se pelos 22 golos apenas porque Camacho muitas vezes não apostou no jogador, e a equipa também não deu para muito mais. Dizem que o Newcastle ofereceu 25M€, no mercado de Inverno, pelo jogador. Uma oferta que mesmo atendendo à qualidade do jogador, provavelmente não seria de desprezar. Mas provavelmente tendo em conta as suas características poderá bater os recordes de encaixe financeiro por venda do passe de um jogador. Pelo menos os do Benfica... Espero que não havendo qualquer proposta galáctica, fique no Benfica, onde com uma equipa que pratique melhor football que o praticado esta época (e não será difícil) certamente marcará mais golos.

Nuno Gomes: Mais uma época muito abaixo do que se espera do Nuno Gomes. É inegável que o seu rendimento não é aquele que um avançado do Benfica deve ter. O avançado Português atravessa quanto a mim, uma crise de confiança sem precedentes. Porque quem viu a agressividade e acutilância do ataque às redes adversárias, no principio da sua carreira, não imaginaria que neste momento o jogador tivesse tamanha dificuldade na altura de tão simplesmente enfiar a bola na baliza adversária. Já tenho dito, que se o football não tivesse balizas, Nuno Gomes seria certamente dos melhores avançados do mundo, pela sua inteligência e a sua vontade de trabalhar em equipa. Mas é preciso mais que isso. Não jogou a favor, que a equipa tenha rubricado exibições medíocres durante a época, porque sendo Nuno Gomes um jogador de e para a equipa, são eles que mais rapidamente acusam a falta de competência do colectivo. Dito isto, pelo que significa para o clube, pelo que já fez, e pelo que acredito que ainda possa fazer numa equipa competente, espero que fique no Benfica, que renove e possa acabar aqui a carreira, com melhor rendimento do que aquele que tem apresentado.

Makukula: Foi uma contratação que não teve o rendimento que eu esperava. Porque até previ a sua vinda, e elogiei o avançado não fazia agora sentido estar a criticar a sua qualidade. Tem características apropriadas ao modelo que supostamente o Benfica vai adoptar, o 4-3-3. É um jogador seleccionável, e que tem quanto a mim algo a dar ao Benfica. Como não vai ao Europeu, é provável que não seja um jogador apetecível no mercado, pelo que o Benfica para rentabilizar o investimento, deverá procurar mantê-lo no plantel, e tirar maior rendimento de Makukula para o ano.

Mantorras: Mantorras é o nosso special one! Porque a avaliação à sua performance não pode estar apenas e só ligada ao seu rendimento, e a critérios meramente racionais, logo é um caso especial, no sentido literal. Não sei qual é a avaliação clínica de Mantorras, se pode ou não jogar realmente e sem compromissos, jogos inteiros. Dizem que não, vamos admitir que é verdade. O que observo é que nos momentos em que Mantorras consegue jogar, mostra ser avançado, em concepção e em pureza. Num plantel existem sempre os jogadores menos utilizados, que não ganhando um lugar no onze, aparecem na equipa com o decorrer do jogo, se Mantorras não pode ser o titular, então que seja a eterna alternativa. Porque como alternativa, marca golos importantíssimos, porque como alternativa é mais popular entre os adeptos que o titular, e porque como alternativa gosto de Mantorras a jogar à bola. Que fique então até quando quiser.

Bergessio: Acho que o melhor momento de Bergessio no Benfica, foi quando o compararam a Lisandro ao dizer que no Porto se tem mais paciência com os jogadores. Foi de resto o melhor elogio que lhe podiam fazer, porque não tem nem por sombras o talento de Lisandro. Lisandro sempre mostrou ser um bom jogador, coisa que Bergessio nunca mostrou, porque não tem categoria para isso. Comparar um jogador com qualidades, e ainda por se afirmar, como era Lisandro na sua primeira época de Porto, com um jogador que não tem, nem terá, categoria para jogar no Benfica, foi mais um daqueles lugares comuns no football português. E é perfeitamente irrelevante que lá consiga marcar um ou outro golo, no clube que o adquiriu ao Benfica. Ainda bem que o Benfica conseguiu recuperar algum do mau investimento que fez.

Análise ao Plantel: Médios Ofensivos, Alas, Extremos

Rui Costa: O que mais se pode dizer do maestro? É um jogador de uma dimensão técnica, e inteligência doutra Liga. Apenas alguém com tamanho carinho ao Clube, voltava para o Benfica nesta altura, prescindindo de jogar no Milan. Fez uma época boa, houve jogos em que parecia o único a querer jogar à bola, e apesar de ter perdido gás no final, acabou a carreira num jogo onde demonstrou toda a sua categoria desportiva e humana. Dizem os pseudo-intelectuais que Rui Costa não corria nem era combativo, eu respondo que nunca foi. Nunca foi um jogador capaz de grande quilometragem, nem nunca foi um jogador de contacto defensivo. Mas é um lugar comum, dizer que qualquer jogador com mais de 30 anos, está a perder as suas qualidades. Sempre avaliei um jogador pelo que joga, e não pelo seu Bilhete de Identidade. Rui Costa podia ainda dar mais umas épocas ao Benfica, mas a verdade é que no contexto actual do clube, faz mais falta ao Benfica como director desportivo. Acredito que vai fazer um bom trabalho.

Rodríguez: É um excelente jogador. Forte, rápido e combativo. Alia às capacidades físicas, boas capacidades técnicas, até no jogo aéreo. Devido às suas características pode jogar em diversas posições de ataque e meio-campo. Foi dos jogadores mais importantes do Benfica este ano. Apesar de apresentar uma maturidade e adaptação assinaláveis, precisa de dominar as decisões em relação ao momento de passe e finta, perdeu-se muitas vezes em fintas desnecessárias, quando já tinha conseguido criar desequilíbrios. Precisa, como ala, de conseguir criar mais condições para tirar cruzamentos. Dito isto, espero que o Benfica possa manter este jogador, ainda que sem comete loucuras. Não me vou pronunciar sobre as declarações que terá feito recentemente sobre o F.C. Porto, por não saber da credibilidade das mesmas.

Di María: Temos aqui um jogador com capacidade para ser dos melhores do mundo. Basta que encontre no Benfica técnicos capazes de exponencializar todo o seu talento. Terá sido dos jogadores mais prejudicados pela era Camacho, uma vez que nada progrediu enquanto o treinador espanhol estava no Benfica. Foi um jogador que a titular teve algumas dificuldades em render, mas que geralmente quando entrava com a partida a decorrer conseguia regra geral, provocar desequilíbrios. Com Chalana jogou a extremo e segundo avançado. É um diamante em bruto, por isso espero sinceramente que fique no Benfica muito tempo, e que os responsáveis técnicos consigam tirar deste jogador todo o rendimento que o seu talento lhe merece.

Adu: É case study! Numa altura em que as soluções de qualidade não abundaram, o internacional americano nunca teve muitas possibilidades, nem quando Chalana assumiu o controlo da equipa. No entanto pela sua selecção ia rubricando exibições de luxo. Apesar de não ter o talento que reconheço a Di María, era pelas suas capacidades de acutilancia atacante, uma boa solução até como segundo avançado. Não creio que deva ser utilizado a ala ou extremo, porque demonstrou nos poucos jogos que lhe vi, ser um jogador com grande killer instinct, apesar de não ter a estampa física mais tradicional para avançado, pode na minha opinião vir a ser um goleador. Espero que faça parte do plantel, e que seja mais utilizado para o ano.

(Mais) Uma razão para detestar Lisandro

Quem me conhece sabe que dispenso mais tempo na blogosfera que a ler jornais desportivos. Os blogs tem tido um grande desenvolvimento, e contam hoje com muito maior conteúdo que os jornais. Sempre que possível irei inserir links para notícias, crónicas e textos que me pareçam de interesse. Neste caso por um conteúdo menos técnico, mas muito cómico, (Mais) Uma razão para detestar Lisandro, no blog A Ilíada Benfiquista.

Análise ao Plantel: Médios Defensivos, Médios Centro e Médios Interiores

Petit: Não teve uma boa época, mas foram vários os factores que contribuíram para isso. Primeiro as várias lesões, e depois as dificuldades de um sistema em que Camacho cortava as potencialidades de Petit. Os adeptos rapidamente começaram a apontar o dedo a Petit, esquecendo-se de tudo aquilo que ele já fez pelo clube. Petit terá sido a seguir a Simão, o mais influente jogador, nas conquistas do passado recente do Benfica. Para mim é dos melhores da Europa na sua posição. É um jogador incansável, que consegue tapar muitos contra-ataques adversários, e sabe pressionar, e escolher a altura do pressing como ninguém. Mas é também um jogador com muita capacidade técnica, recebendo e entregando sempre bem, raramente falha passes, e tem uma boa meia distância. Para mim é um jogador do núcleo duro, que espero sinceramente que acabe a carreira no Benfica, e que seja melhor tratado e mais acarinhado pelos adeptos.

Bynia: Para mim a revelação da época no Benfica. Tivemos boas contratações, mas Bynia foi o que veio com um currículo menos recheado, e foi por isso a maior surpresa. É para mim o símbolo da prospecção do Benfica, e o principal e talvez único legado positivo que Camacho nos deixou. Supostamente no inicio da carreira foi também médio organizador, pelo que além da posição de médio defensivo, pode também render a interior. Foi ao longo da época o único capaz de suprir a ausência de Petit, pela sua disponibilidade física e combatividade em campo. Trouxe para a equipa até a possibilidade nova de criar perigo através de centros provenientes de lançamentos laterais. É além disso um jogador com predicados técnicos muito superiores a jogadores que tiveram semelhantes atributos físicos e funções no plantel, nos últimos anos, como Beto e Fernando Aguiar. Teve no entanto uma agressividade excessiva, e que precisava de ser melhor regulada. Não contribuiu positivamente para isso, a desculpabilização que Camacho fez à entrada sobre o jogador do Celtic. Teve também muitos jogos tapado, por jogadores que quanto a mim não terão a qualidade do Camaronês. Um jogador a manter, e que espero que tenha um papel mais influente na equipa para o ano, porque potenciado, pode quanto a mim ser um grande jogador.

Katsouranis: Não obstante possuir dotes de finalização, aparecer bem no jogo aéreo ofensivo, e ter um boa capacidade de tackle, apresenta grandes dificuldades na dinâmica de jogo, sendo muito posicional, e pouco solicito a compensações. A um médio defensivo pede-se que consiga sempre tirar espaço ao meio campo adversário, mas como é pouco prestável fisicamente acaba sempre por dar espaço em demasia. Teve uma época muito apagada, onde misturou jogos medíocres com péssimas exibições. Houve jogos onde falhou passes simples de mais para serem falhados em alta competição. Depois houve aquele desentendimento com Luisão, que apenas prejudicou a credibilidade da equipa e do seu balneário. Teve no entanto uma polivalência útil aquando da lesão dos centrais. É quanto a mim um jogador sobrevalorizado, bastante menos valioso do que os supostos 10M€ que dizem que o mercado estará disposto a dar pelo seu passe, e assim sendo o Benfica tem todo o interesse em deixar sair o internacional Grego.

Nuno Assis: Por ter sido utilizado muitas vezes fora do seu lugar, não tem rendido o que se esperava dele. Além disso é um jogador que faz da impetuosidade a sua maior arma, e quando não está em forma, e com pouco ritmo de jogo, tem dificuldades em mostrar as suas capacidades. É quanto a mim um razoável interior, e superior a alguns companheiros de equipa. Não tem grande possibilidade de encaixar uma verba razoável o Benfica deve manter o Português no plantel como alternativa às posições do miolo.

Maxi: Não tem qualidade para jogar no Benfica, ainda que tenha costado 3M€, por 70% do seu passe. Tem características que lhe permitem ser uma alternativa polivalente, mas não mais que isso. À excepção de alguns momentos particulares, apesar de toda a utilização que teve, nunca percebi porque tinha lugar na equipa. É de facto um jogador combativo, mas pouco mais... Espero que o Benfica consiga recuperar algum do investimento que fez no jogador, mas duvido. Também não me parece que seja um problema de adaptação, foi talvez dos poucos jogadores dos quais o Benfica tirou todo o rendimento que podia tirar. Com o Benfica a ter para o ano diversos médios defensivos de qualidade é um jogador a dispensar, ou na eventualidade de ainda termos de pagar para o levarem, poderá ficar como alternativa para defesa direito.

Felipe Bastos: Este jogador que ainda não tive a possibilidade de ver jogar, dizem ser um craque, médio defensivo com grandes capacidades físicas e técnicas. Chegou como internacional Brasileiro sub-17, e é mais uma prova da aposta do Benfica em potenciais grandes jogadores, numa altura das suas carreiras onde ainda os conseguimos aliciar a vir jogar para o Benfica. Não sei se poderá também fazer outras posições, nem se precisará de se adaptar ao nosso football, uma vez que treinou com o plantel principal durante meio ano, mas está aqui um jovem que espero que fique no plantel com papel de destaque para o ano.

Manchester Campeão Europeu

O Manchester lá foi campeão Europeu, terminando da melhor maneira uma época de sonho, onde foi realmente a melhor equipa da Europa. Cristiano Ronaldo juntou às competições ganhas, os troféus de melhor marcador na Liga e Champions, e apenas por circunstâncias estranhas falhará o troféu individual de melhor jogador do mundo.

O Manchester demonstrou que nem sempre o melhor plantel, é a melhor equipa. Afinal derrotou a nível doméstico e na Europa, o Barcelona e o Chelsea, que quanto a mim têm mais soluções de grande qualidade. Fica assim demonstrado que é importante ter um punhado de grandes jogadores, mas é decisivo ter equipa. E durante a época no Manchester, remaram todos em sintonia para o mesmo lado, os virtuosos, os galácticos, os trabalhadores, os coxos, e os assim-assim.

No jogo em si, o Chelsea, que até jogou melhor durante os 120 minutos, acabou por perder a sua primeira final, nas grandes penalidades. Quanto a mim um meio injusto mas necessário para resolver as finais. Nas grandes penalidades (quando não mete o Benfica) dou por mim a torcer sempre pela equipa que está a perder, porque considero sempre injusto para as individualidades que ficam marcadas por falhar o penalty. As grandes penalidades de Veloso, Baggio, etc, vão ficar para sempre na memória dos adeptos, e dos que as tentaram cobrar em situações decisivas e falharam. É das situações mais injustas do football.

Na final da Champions até deu para Cristiano falhar a grande penalidade que cobrou, mostrando mais uma vez que no melhor pano cai a nódoa. Tem razão Scolari quando diz que têm de ser a equipa a apoiar o jogador, e não o jogador a fazer a equipa.

De resto as especulações sobre o futuro de Cristiano Ronaldo fazem lembrar um outro Europeu, com a transferência de Figo. Ronaldo, que ainda tem mais 4 anos de contrato, devia ter um pouco mais respeito pela entidade patronal, ser o melhor do mundo é também ser um profissional à altura. Pode ser que por estar irrequieto no Manchester, lhe aconteça como Shevchenko, que desapareceu...

Quique Flores é o novo Treinador do Benfica

Acordo tarde, e constato que já foi apresentado o novo treinador do Benfica, Quique Flores. Tinha-me abstido de comentar, porque a imprensa todos os dias falava de um nome diferente, e nunca se consegue separar aquilo que é possível do que é completamente infundado. Foi um nome que não estava nas minhas preferências, mas também não me merece desconfiança para que o tenha considerado para um “veto”.

A verdade é que é um treinador novo e ambicioso, não se pode pressupor que venha para Portugal gozar reforma nem tão pouco passear. Certamente será o mais interessado em ser bem sucedido.

Dizem ser um treinador disciplinador, e rigoroso, além de ambicioso. É isso mesmo que se quer. Mas não posso deixar de notar semelhanças com Koeman. Espero que Quique Flores tenha ideias próprias, mas que não venha para o Benfica revolucionar a equipa, e exigir jogadores para posições onde já temos bons executantes da casa, ou como Koeman fazia, insistir em teimosias parvas. Nem tão pouco gostaria, que houvessem os “jogadores do treinador”, e os jogadores do Benfica. Acho por isso importante que Chalana fique na equipa técnica, para ajudar o treinador a perceber, que existem bons jogadores no Benfica, e que com poucas mas boas contratações para lugares chave, o Benfica será muito forte.

Podia não ser das minhas escolhas iniciais, mas é um treinador que não me causa transtorno, por isso a partir de hoje será “o meu treinador”, e é este o treinador que todos temos de apoiar. Não tenho uma opinião formada sobre Quique, por isso espero que os adeptos, tal como eu, possam dar ao treinador Espanhol a possibilidade de trabalhar, e que seja avaliado não por aquilo que não é até este momento (um conceituado treinador vencedor de títulos), mas pelo que fará pelo Benfica. Que os adeptos possam dar ao novo Treinador do Benfica, tudo aquilo que não deram a Fernando Santos. Que os adeptos encarem este novo ciclo sem qualquer tipo de desconfiança, e tal como o Treinador disse na conferência de imprensa, com muita esperança e felicidade.

Apito Final: Links para os textos da minha crónica

Finalmente consegui acabar a minha extensa crónica sobre o Apito Final. Aqui vão os links directos, e por ordem, para os diversos textos em que dividi a crónica:

Justiça Desportiva vs Justiça Civil

O Regulamento Disciplinar

Mérito e Corrupção

O Sistema

O "Sistema" não está só na Liga

O Timing

O Órgão de recurso

Consequências e Limpeza

Apito Final: Consequências e Limpeza

Já tenho dito várias vezes, que não me agradam as decisões de secretaria que intervêm com o normal funcionamento da competição. Até compreendo que tem de haver rigor na abordagem de uma competição que se quer sadia e honesta, mas fico sempre triste com este mal, talvez necessário, admito, que são as intervenções na competição por decisões administrativas e não pelo jogo dentro das quatro linhas. Fiquei triste com a despromoção do Gil Vicente, não me agrada a subtracção de pontos ao F.C. Porto e Belenenses, nem tão pouco concordo com a despromoção do Boavista.

É que eu como associo a corrupção ao factor humano, e não às instituições e clubes, o que vejo é que o Porto como instituição é “protegido” (porque acumulou pontos de vantagem mais que suficientes para a penalização), e o Boavista que me merece igual respeito e os seus adeptos, são os prejudicados, que quando escolheram democraticamente o seu presidente não lhe pediram que se fizesse valer de actos corruptos para beneficiar desportivamente o clube. O Boavista desce de divisão, num momento penoso da sua história. É que com a manutenção, a venda de alguns passes, e um orçamento muito reduzido para a próxima temporada, o Boavista podia até conseguir sair do buraco escuro onde as anteriores direcções o deixaram. Mas com esta decisão, e a demissão em bloco dos dirigentes do clube, podemos ter mais um histórico clube a desaparecer.

Há até quem apenas ficasse satisfeito com a despromoção do F.C. Porto. Não é o meu caso. Senão vejamos o que aconteceu no campeonato Italiano, que hoje é apenas uma sombra do que já foi. Os adeptos de football que seguem as ligas mais cotadas do mundo aglutinam-se à volta da Premier League, e deixam o Calcio para um terceiro plano, atrás da Liga Espanhola. O Calcio perdeu nos últimos anos, com a intervenção da justiça desportiva italiana, muita da sua força. Os castigos aplicados aos clubes, tiraram adeptos estrangeiros que se interessavam pela competitividade do Calcio, porque não existe competitividade em Itália sem Juventus, nem com o Milan a começar com um handicap desportivo de pontos negativos. Como não existe competitividade em Portugal sem um dos três grandes a competir na Superliga. Não ficava nada contente em que o Benfica fosse campeão, sem que para isso tivesse de se superiorizar ao F.C. Porto.

Os regulamentos que existem têm de ser aplicados obviamente, mas tinha preferência por medidas disciplinares bastante mais gravosas para os agentes desportivos, e menos comprometedoras para os clubes. Neste caso, sou da opinião que Jorge Nuno Pinto da Costa, Valentim Loureiro, João Loureiro, e Bartolomeu Dias deviam ser erradicados (eu sei que tal medida punitiva não está prevista nos regulamentos). Poupavam-se os clubes e adeptos a punições desportivas por situações que lhes são completamente alheias e regenerava-se definitivamente o football Português. O problema não são os clubes nem as estruturas, mas a nossa classe dirigente, que de uma forma geral limita até o potencial do nosso football, que é um dos motivos de orgulho do país.

É que afinal, tudo isto apenas desprestigia o nosso football. Independentemente das punições da CD, o mais preocupante, é que os agentes envolvidos neste processo, admitem a recepção de árbitros em casa de presidentes de clubes, e ainda ninguém veio desmentir a veracidade das escutas, preferindo para defesa, discutir a sua validade nos processos. Do ponto de vista legal, isto pode até fazer sentido, do ponto de vista de adepto, isto demonstra a falta de ética em que o nosso football tem vivido nas últimas décadas.

Análise ao Plantel: Miguelito

Por lapso esqueci-me de incluir o jogador Miguelito na análise aos defesas laterais, uma vez que o jogador não acabou a época no plantel. Miguelito sempre foi aquele jogador do qual esperava mais. Era um jogador que apreciava bastante ao serviço do Nacional e Rio Ave, e que nunca conseguiu impor-se no Benfica, ou mostrar ser alternativa de valor. Aqui o culpado é o Léo, que nunca deu hipótese a uma discussão da titularidade. A passagem de Miguelito pelo Benfica acabou por ser cinzenta, mas até era um jogador com valor. O Benfica acabou por ceder o seu passe ao Braga, onde terá certamente mais possibilidades de se mostrar, e adquiriu Sepsi, troca que também não trouxe nada de novo, porque Léo continua e continuará dono do lugar.

Sporting conquista a Taça de Portugal

Parabéns ao Sporting! A taça ficou bem entregue, o Sporting foi a melhor equipa nesta competição. Eliminou o Benfica num jogo emocionante, e venceu o Porto, campeão nacional, na final. Que não restem dúvidas quanto à justiça do desfecho do jogo, o Porto é realmente a melhor equipa de Portugal, mas o Sporting foi mais forte este jogo, e por isso mereceu erguer o troféu.

O Porto terá acusado a falta de real competição, ao ter ganho muito cedo o campeonato, e ter sido afastado prematuramente da Champions. O Sporting por ter mantido os índices competitivos elevados até ao final da temporada (com o segundo lugar em disputa até ao final, além da final da Taça da Liga, e a Taça UEFA), terá conseguido mostrar uma força anímica de conquista superior, e por isso terá conseguido diminuir a diferença de qualidade que realmente existe entre as equipas. Teve certamente a sorte do jogo, mas foi superior nos 120 minutos.

Em relação à arbitragem, foi má, como era de resto de esperar do primo de Quim Barreiros. Mas não foi pela arbitragem que o Porto perdeu. Afinal os erros foram distribuídos e o mais gravoso de todos, foi até um golo incorrectamente anulado ao Sporting. Uma arbitragem tem sempre influência no resultado (até podia acontecer que a seguir ao golo não validado de Romagnoli, o Porto conseguisse marcar dois de rajada), mas não vejo razões para o Porto ter razões de queixa quando perdeu um jogo em que o adversário foi mais forte, e onde o árbitro no global não errou mais em prejuízo do Porto.

O Sporting encerra assim uma época, onde foi bastante melhor, do que aquilo que a generalidade dos adeptos de football, e media querem reconhecer. Partiu com o menor investimento no plantel, e o mais baixo orçamento. Tinha um plantel curto, e que foi até bastante castigado em alturas cruciais por lesões. Com todas as condicionantes, ganhou a Supertaça ao Porto, conseguiu não envergonhar na Liga dos Campeões, foi a última equipa Portuguesa a cair nas competições Europeias, garantiu o acesso directo à Champions com o segundo lugar, foi à final da Taça da Liga, e venceu agora a Taça de Portugal. Tudo isto com mais jogos (destacadamente) que qualquer outra equipa Portuguesa esta época. É a confirmação de Paulo Bento como a solução e não como o problema, como muitos adeptos leoninos queriam fazer parecer a meio da época.

Duas notas negativas no entanto em relação ao espectáculo que é a festa da Taça: a fraca qualidade do relvado, e a falta de fair-play que parece começar a imperar pelas competições em Portugal.

Em relação ao relvado, parece-me que se queremos realmente ter competições profissionais de football, não são só os jogadores e treinadores que têm de ter qualidade. Eu pergunto-me se não é inadmissível que a final da Taça de Portugal, tenha um jogo com um relvado que impede os melhores jogadores de mostrarem toda a sua qualidade técnica. E depois do benefício que foi a construção dos estádios do Euro 2004, a verdade é que desde aí, a qualidade das nossas infra-estruturas existe, mas tem vindo a ser cada vez menos os palcos do football de elite em Portugal. O estádio de Faro, o de Aveiro, o de Leiria, e provavelmente o do Bessa, não farão parte dos jogos da Superliga para o ano. Sobre as condições para o football profissional, vou-me no entanto pronunciar numa crónica sobre o assunto.

A falta de Fair-Play é no entanto outro problema do nosso país. Admite-se que os adeptos e agentes desportivos possam dizer tudo sobre a legitimidade das conquistas dos outros. Por exemplo, eu pergunto-me que credibilidade e “tempo de antena” seria dado a um adepto ou agente desportivo do Chelsea, se colocasse em causa a conquista da Premier League pelo Manchester. Provavelmente ficaria a falar sozinho. Já nem falo da debandada dos adeptos do Porto das bancadas, para prestar homenagem aos vencedores da Taça, ainda que eu já tenha ido a duas finais da Taça no Jamour, onde o Benfica perdeu, para o Boavista e para o Setúbal, e tenha ficado no meu lugar a prestar a devida homenagem aos vencedores. Dou de barato que seja complicado assistir aos festejos do adversário neste caso um rival. Agora vir o Porto discutir a legitimidade da conquista do Sporting (sejam dirigentes, equipa técnica, jogadores ou adeptos), por suposto “roubo” da equipa de arbitragem, não é menos feio do que dizer que o Porto não merecia ser campeão por ser um clube corrupto. Há que saber vencer e saber perder. Os troféus este ano em Portugal, ficaram todos muito bem entregues. Com toda a legitimidade que o facto de ser Benfiquista me dá ao dizer isto, pois o meu clube não ganhou nenhuma competição oficial.

Análise ao Plantel: Defesas Laterais

Léo: É um estupendo jogador, que teria lugar nas melhores equipas das mais exigentes ligas Europeias. Não sabe jogar mal, mesmo quando a equipa rubrica exibições lastimáveis. Foi a seguir a Quim o nosso mais regular jogador, mesmo estando o seu futuro em causa, deu tudo pelo clube. É inadmissível o que a direcção tentou fazer com este jogador, que além de ser um excelente jogador, já transporta a mística Benfiquista, e é muito acarinhado pela massa associativa e claques. É um jogador indispensável no plantel, e que espero que acabe a carreira na Luz. Foi o primeiro grande desafio de Rui Costa conseguir manter Léo no clube, ainda que pelos vistos essa tivesse sido sempre a vontade do jogador. É no entanto por isso que a decisão de renovar mostra que o novo Director Desportivo tem uma independência saudável em relação à direcção.

Nélson: É complicado classificar a importância de Nélson no futuro plantel do Benfica, porque tem tanto de talento como tem de jogador problemático. São conhecidas as suas saídas nocturnas e dificuldade em manter um rendimento regular, ou mais próximo daquilo que seria de esperar num jogador com as suas capacidades técnicas. Na memória ficam aquelas portentosas exibições na primeira metade da “época Koeman”. Esta época voltou a estar no melhor e no pior. Tanto se desconcentrava e deixava os adversários livres, como já com Chalana, que lhe pedia subidas constantes, quase conseguia fazer lembrar o Nélson da primeira época no Benfica. Tem os dirigentes Benfiquistas a difícil responsabilidade de decidir sobre a cedência ou não do jogador, porque parece que até há clubes interessados, e pode o jogador render um razoável encaixe. Espero que Rui Costa, que privou com ele no balneário Benfiquista, consiga prever se Nélson vai ser apenas e só uma eterna promessa de bom jogador, e assim sendo o melhor é vender o seu passe, ou se vai atingir a maturidade humana e profissional que o possam transformar num jogador importante no futuro do Benfica. Fica a minha confiança na decisão do Director Desportivo, e o apoio a qualquer que ela seja.

Luís Filipe: Luís Filipe terá sido mais um daqueles jogadores que acusou o peso da camisola. Não mostrou ao serviço do clube as competências que lhe eram reconhecidas em Braga. Teve um inicio difícil, e a relação com os adeptos nunca ajudou. Pode até não ter categoria para jogar no Benfica, mas é um jogador bem melhor do que aquilo que demonstrou esta época. Não tem mercado, pelo que será difícil realizar algum encaixe financeiro com o seu passe. Será um jogador dispensável ou para uma segunda linha, dependendo das entradas (e saídas) de jogadores para a ala direita.

Sepsi: Rapidamente os media fizeram dele o futuro lateral-esquerdo do Benfica. Mais um caso em que a euforia foi muito maior que o real rendimento do jogador, ou que a demonstração de talento. Apesar de ter entrado bem no primeiro par de jogos que fez, não me parece que esteja à altura de ser titular no Benfica. Parece-me que o Benfica conseguiria tirar mais do jogador se o emprestasse a uma equipa de médio plano da Superliga, do que o manter completamente tapado por Léo, ou na eventualidade de Jorge Ribeiro assinar, como terceira escolha.

Ecletismo

Antes de me por para aqui a dar os parabéns a outra equipa Portuguesa que venceu uma competição nacional de football, que não o Benfica, vou mas é falar do ecletismo do Benfica. Nem tudo no Benfica esta época, foi desastroso como o football. Entenda-se por Benfica aquele clube, que é muito mais que apenas e só a sua equipa de football. O ecletismo do Benfica está bastante melhor, do que aquilo que foi num passado recente.

O destaque vai para o campeonato ganho pela equipa de Andebol, que passados 18 anos conquistou o título, numa cavalgada que dizem que foi gloriosa. “Dizem”, porque reconheço que vibro com a conquista do título, mas que o desporto Andebol pouco ou nada me diz, e não sigo a competição, para poder tecer mais comentários, para além dar os parabéns a toda a equipa. Ser Campeão é ser Campeão, e é merecedor de crédito em qualquer lado.

O Benfica foi também campeão da fase regular da Liga de Futsal. Um desporto que sigo de perto, e que adoro. Deseja-se que o Benfica possa continuar a vencer durante os “Playoff” para poder conquistar o título. Se o título do Andebol passados 18 anos foi uma surpresa agradável, o título no futsal é apenas a confirmação daquele que é indiscutivelmente o melhor plantel de futsal de Portugal. Eu diria mesmo que no futsal somos galácticos, conseguindo ter no plantel quase todos os melhores jogadores Portugueses.

A festa da Taça

Hoje é dia de final! Têm razão os treinadores de ambos os clubes ao considerar que se defrontam as duas melhores equipas. No entanto apesar de existir um super-favorito, o Porto, em minha opinião pessoal, a equipa de Paulo Bento está formatada para competições a eliminar. A minha aposta vai mesmo para a vitória do Sporting. A verdade é que nem sei explicar bem porquê, estou com um feeling...

Apito Final: O orgão de recurso

No respeitante à justiça desportiva, temos todos de estar bastante satisfeitos pelo apito ter apitado até onde apitou. Entre regulamentos disciplinares elaborados, e mal, por alguns dos agora punidos, vereadores de Gondomar no Concelho de Justiça, arguidos do apito dourado em órgãos da Federação e Liga, o Governo e o Secretario de Estado a assobiarem para o lado, o mais provável é que não houvesse capacidade para chegar onde chegou.

Se dependesse do Concelho de Justiça da FPF, nada se tinha feito no sentido de apurar responsabilidades. Na Comissão Disciplinar da Liga só se podem apurar factos relativos às equipas da Liga, mas como todos muito bem sabemos o apito dourado até começou nas divisões mais baixas do football português, que competem ao Concelho de Justiça regular. E sabe-se que até agora o CJ da FPF só recebeu recursos, e não instaurou nenhum processo.

No CJ o caricato ocorreu mesmo, com o episódio da diminuição de pena do Major, para que o mesmo não fosse obrigado a deixar o cargo de Presidente da AG. Cargo esse que ainda ocupa depois de ter sido concluído que exerceu coação sobre árbitros. Depois vieram as demissões sucessivas. De momento até já nem existem suplentes, sendo que todas as demissões que acontecerem de agora em diante, tem como consequência que o órgão fique diminuído no seu número de membros. A partir daí se deixar de haver quorum, tem de haver eleições, para o mandato de uma nova lista para o CJ, e as decisões ficam automaticamente pendentes até que os novos membros do CJ possam começar a deliberar.

O Concelho de Justiça da FPF tem estado em foco pela negativa, e agora vai-lhes calhar a batata quente de decidir sobre o recurso dos punicos pelo Apito Final. A verdade é que a fragilidade deste órgão neste momento é tão grande, que contrariar a decisão do CD da Liga me parece pouco provável. Antecipo sinceramente que os punidos pelo CD possam mesmo ser prejudicados por isto. É que uma decisão contrária à do CD pode trazer uma polémica muito grande para aqueles lados, e o CJ já não tem margem de manobra, porque é um órgão pelo menos em conteúdo humano, ferido de morte.

Análise ao Plantel: Defesas Centrais

Luisão: É um jogador que considero um líder da equipa. Teve uma época muito áquem do esperado, para um jogador com a sua experiência e que é internacional Brasileiro. Apesar de ser um jogador com características interessantes, não é tipicamente um central de equipa grande, tendo em conta as particularidades do nosso football. Falta-lhe a capacidade para defender em situações em que o adversário encontra muito espaço, e em se conseguir impor aos avançados em contra-ataque. É um jogador do núcleo mais por razões mentais que técnicas, e como tem mercado em Inglaterra (onde se pode afirmar melhor), pode render ao Benfica muitos milhões de euros. É um jogador que ficará na minha memória com saudade, mas não me oponho à sua saída pelos valores que se falam na imprensa.

David Luiz: É um caso sério de qualidade. Apesar de ter vindo a meio da época anterior, depois da saída de Ricardo Rocha (um jogador importantíssimo na equipa, e que era o nosso melhor central), quando se pretendiam jogadores para pegarem de estaca, o Benfica apostou numa incógnita, mas o central tem de ser considerado uma excelente aquisição, e é por isso uma aposta ganha da prospecção do Benfica. A época correu-lhe mal, devido a uma lesão complicada, mas esperemos que para o ano possa ser titular no eixo da defesa, e que o departamento médico resolva de forma inequívoca este problema, do atleta Benfiquista que pode mesmo ser um jogador de classe mundial. A recuperar, e inequivocamente manter a todo o custo.

Zoro: Teve uma época muito difícil. Começou bem na pré-época, mostrando a razão pela qual conseguiu-se afirmar tão jovem num campeonato exigente como o Italiano. Depois vieram lesões, e uma exibição pouco conseguida. Os adeptos rapidamente o classificaram como uma das ovelhas-negras do plantel. A verdade é que quando apareceu novamente mostrou qualidade. Podem ficar chocados com o que escrevo, mas é minha opinião pessoal, que está aqui um excelente jogador, e espero que o tribunal do terceiro anel, lhe de possibilidades de o mostrar na próxima época, e dar o benefício da dúvida ao central. De momento não deve ter grande mercado, pelo que deve o Benfica apostar nos jogadores de qualidade que ainda tem, e mantê-lo porque acredito que ainda nos vai dar muitas alegrias.

Edcarlos: Foi um erro de casting de Camacho. Cedemos Miguel Victor que é um central promissor, formado na casa, para adquirir Edcarlos por 1,8M€. Para ser o suposto quarto central do Benfica, revelou-se muito caro para a qualidade que mostrou. Imprevisivelmente, com as lesões dos outros centrais do Benfica, Edcarlos acabou por ser um jogador bastante utilizado. Não tem qualidade para ser das primeiras soluções do Benfica, logo não se deve enjeitar a possibilidade de recuperar o investimento num jogador que não será de futuro mais do que um central de segunda linha na equipa.

Miguel Victor: Sem euforias, é um jogador que mostrou algumas possibilidades de se fazer num bom central, até porque é ainda muito jovem (18 anos). Para ter jogadores caros como segunda linha do Benfica, prefiro ter um jovem jogador da casa. Não segui a sua temporada no Aves, mas sei que foi utilizado em sete jogos da Liga Vitalis. Espero que faça parte do plantel na próxima temporada, ou que seja emprestado a uma equipa da Primeira Liga, que lhe de utilização.

Major Valentim Loureiro

Tinha escrito que a entrevista de Manuela Moura Guedes ao Major Valentim Loureiro, era do que de mais cómico já tinha visto no football. Aqui está a famigerada entrevista, que já está no youtube:

Rui Costa começa bem

Tive a confirmação em directo pela boca do novo Director Desportivo do Benfica Rui Costa, que Léo renovou por mais dois anos. Ainda não tinha escrito nenhum texto sobre uma possível despedida a Léo, porque estava eu esperançado que Léo ficasse. Era quanto a mim a situação de urgência máxima no clube, ainda mais que a escolha do treinador. É o final de um caso que demorou tempo demais a ser resolvido, mas que acabou bem. Rui Costa começou portanto em grande nas suas novas funções. Comemorei esta notícia como se da contratação de um jogador de créditos firmados se tratasse, porque afinal é isso mesmo, a contratação de um grande jogador.

Além da renovação de Léo, expressou a vontade na manutenção de Rodríguez no plantel, sem cometer loucuras, e confirmou a contratação de Rúben Amorim. O discurso honesto e explicito de Rui Costa agradou-me imenso. Não fugiu às perguntas sobre Eriksson, que por ainda ter a sua situação por definir estará, até ver, afastado do banco do Benfica na próxima época. Rui Costa tem classe, presença e maturidade, e parece-me que consegue lidar com os media muito bem, o homem até bem de fato fica. Espero que seja realmente o começo de um novo ciclo no Benfica.

PS: Jorge Ribeiro não está ainda contratado, está só na agenda de possíveis aquisições. Sei de fonte segura que o Porto está também interessado, e o destino do jogador pode bem ser o Dragão, especialmente agora que Léo fica (que também era pretendido por um clube do Norte). Mas os interesses de clubes grandes em jogadores dos outros grandes, não se fica por aqui. Este verão promete ser outro “Verão quente”...